Vendas de Íris no Brasil Levantam Debate sobre Privacidade e Regulação 

A coleta de dados biométricos pela Tools for Humanity, incluindo escaneamento de íris, gerou preocupação no Brasil. A ANPD investiga possíveis violações à LGPD enquanto usuários relatam suas experiências. A prática, já proibida em países da Europa, levanta questões éticas e legais.
24 de janeiro, 2025
Foto: Forbes.

O projeto World ID, promovido pela Tools for Humanity, gerou filas em São Paulo com a oferta de R$ 750 em tokens WLD para quem escaneia sua íris. Segundo a empresa, o objetivo é oferecer uma “credencial de humanidade” em um mundo cada vez mais digital. No entanto, o serviço levanta preocupações sobre privacidade, já que a Agência Nacional de Proteção de Dados (ANPD) reabriu uma investigação para verificar a conformidade com a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). 

A ANPD investiga pontos como o uso de dados sensíveis, transparência, consentimento e segurança no tratamento de informações biométricas. A agência ressalta que a proteção de dados pessoais exige rigor especial, dada a possibilidade de impactos graves aos direitos à privacidade. O debate não é exclusivo do Brasil; na Europa, países como Espanha e Alemanha já proibiram o serviço devido a questões legais e éticas. 

Usuários brasileiros relatam motivos variados para aderir ao serviço, como curiosidade ou o incentivo financeiro. Entretanto, especialistas destacam a importância de esclarecer os impactos do uso de dados biométricos. A Tools for Humanity afirma que segue regulamentações locais e adota medidas para garantir a privacidade dos dados. Contudo, o caso evidencia a necessidade de maior conscientização sobre o tema e de avanços na regulação tecnológica.