Em um movimento audacioso em direção à liderança no universo da inteligência artificial (IA), o Google revelou novos avanços no Project Astra e apresentou o Project Mariner, dois agentes de IA baseados na mais recente iteração de seu modelo Gemini 2.0. Ambos prometem revolucionar a forma como interagimos com a tecnologia, ao mesmo tempo em que destacam a corrida feroz entre os gigantes da tecnologia para moldar o futuro da computação assistida por IA.
Astra: o assistente universal ganha força
O Project Astra, inicialmente revelado no Google I/O 2024, foi reforçado com os recursos aprimorados do Gemini 2.0, incluindo raciocínio multimodal, memória expandida e latência mais baixa. Esse agente, que o Google descreve como um “assistente universal”, agora pode entender instruções complexas em tempo real, alternar entre vários idiomas e até mesmo lidar com sotaques e palavras incomuns.
Durante uma demonstração, o Astra destacou-se pela sua capacidade de analisar páginas de um livro de receitas, memorizar detalhes durante até dez minutos e responder a perguntas sobre ingredientes ou combinações de vinhos. Além disso, o Astra foi projetado para operar em várias plataformas, incluindo smartphones e protótipos de óculos inteligentes, integrando as funcionalidades Google Search, Google Lens e Google Maps para oferecer respostas e soluções mais completas.
Com um tempo de resposta próximo ao da conversa humana, o Astra é uma prova da ambição do Google de criar IA prática e acessível para a vida cotidiana, ao mesmo tempo em que enfrenta concorrentes como Apple, OpenAI e Meta, que também estão investindo em agentes digitais de próxima geração.
Mariner: ou navegador web inteligente
O Project Mariner, por sua vez, aborda um desafio mais específico: navegar na web de forma autónoma. Este agente, integrado como uma extensão do navegador Chrome, pode interpretar páginas Web, preencher formulários, efetuar cliques e deslocar páginas em nome do utilizador. No entanto, ações sensíveis, como compras online, exigem confirmação explícita, reforçando o compromisso do Google com a segurança e a privacidade do usuário.
Em uma das demonstrações, a Mariner provou ser particularmente útil para pequenas empresas, automatizando tarefas administrativas e simplificando os processos de aquisição. Seu desempenho no benchmark WebVoyager – um teste de tarefas complexas de navegação na web – atingiu 83,5%, um resultado de última geração que posiciona este agente como uma solução robusta para uma variedade de cenários digitais diários.
Segurança e ética: a linha tênue da inovação
À medida que os agentes de IA se tornam mais capazes, surgem questões inevitáveis sobre segurança e ética. O Google revelou que está implementando barreiras de segurança para evitar usos maliciosos, como phishing ou fraude, e trabalha em colaboração com a comunidade da web para estabelecer padrões que protejam os usuários.
Para Sundar Pichai, CEO da Alphabet, o objetivo de longo prazo do Google é claro: desenvolver agentes de IA que possam operar em vários domínios, desde a codificação – como demonstrado pelo agente experimental Jules – até o entretenimento, com o Gemini 2.0 para jogos atuando como um companheiro virtual em títulos populares como Clash of Clans.
O futuro da interação homem-máquina
Com o lançamento dos projetos Astra e Mariner, a Google posiciona-se na vanguarda da próxima revolução tecnológica. A introdução de agentes de IA que não só respondem, mas também agem em nome dos utilizadores, redefine o paradigma de como interagimos com dispositivos e serviços digitais.
Embora essas inovações ainda estejam em fase de testes, o potencial transformador é inegável. A questão que fica é se a sociedade estará preparada para adotar essa nova camada de automação e inteligência, e até onde as empresas estarão dispostas a ir para garantir que essas ferramentas sejam tão seguras quanto úteis.
Com o Google liderando o processo, é apenas uma questão de tempo até que os agentes de IA se tornem uma presença inevitável em nossas vidas, simplificando tarefas e talvez moldando o futuro de maneiras que ainda nem podemos imaginar.