Carla Brayner
A ideia de fabricar iPhones nos Estados Unidos, impulsionada pelo governo Trump, enfrenta obstáculos complexos que vão além da questão econômica. Um dos desafios citados é a automação da montagem, incluindo a inserção de pequenos parafusos—ainda uma dificuldade técnica para o setor manufatureiro norte-americano. Enquanto as tarifas de importação de 25% sobre iPhones produzidos fora do país são vistas como um incentivo à produção doméstica, especialistas apontam que a falta de infraestrutura pode tornar essa mudança inviável a curto prazo.
Além das dificuldades técnicas, especialistas jurídicos alertam que a medida pode encontrar resistência legal, pois Trump pode precisar justificar essa ação com base em emergências econômicas. A aplicação da IEEPA (International Emergency Economic Powers Act) pode ser explorada como argumento para estabelecer tarifas específicas. No entanto, há dúvidas sobre a viabilidade de tal estratégia, e a possibilidade de uma guerra comercial preocupa investidores e consumidores.
Caso a produção seja forçada para o território americano, estima-se que os custos dos dispositivos disparariam, chegando a um preço médio de US$ 3500 por unidade. A cadeia de suprimentos global da Apple, estruturada há décadas para otimizar custos e eficiência, poderia sofrer impactos severos, tornando o projeto não apenas caro, mas logisticamente impraticável.
